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CAIPORA
CAIPORA

 

O Caipora (ou Caapora), segundo a crendice popular de algumas regiões do Brasil, é um espírito que aparece sob a forma de um moleque pelado e peludo, montado num porco-do-mato. Em outras regiões brasileiras, os populares afirmam tratar-se de uma velha, e em outras localidades, ainda, de um homem.
O Caipora comanda os porcos-do-mato, protege os animais selvagens e prejudica os animais domésticos. Contam que ele é capaz de ressuscitar um animal morto.
Conta um caçador que certa feita foi caçar no mato. Subiu num galho de árvore e ficou à espreita, esperando. Num dado momento, uma vara de queixadas veio em sua direção. Ele apontou, mirou e disparou. Matou o primeiro, o segundo e um terceiro, quando então os porcos-do-mato foram embora. Quando ia descer da árvore para pegar os porcos que alvejara, escutou estalos no mato. Era um moleque peludo, com um ferrão na mão. Estava montado num porco magro e dentuço, e gritava: "Isquê, isquê, isquê". Era o Caipora. Ele cutucou o primeiro porco-do-mato com o ferrão e bradou: "Levanta daí seu molenga!". Deu uma ferroada no segundo que também se levantou e partiu em disparada, mato adentro. No porco maior que o caçador atingiu, ele deu um pontaço tão violento que a ponta do ferrão partiu. O Caipora olhou para o caçador e disse: "Por sua causa terei que ir ao ferreiro consertar o ferrão". E saiu gritando: "Isquê, isquê, isquê", atrás dos porcos-do-mato.
No dia seguinte, o caçador foi até a casa do único ferreiro daquelas bandas. Ficou ali, parado, esperando. Lá pelas tantas chegou um caboclo mal encarado. Ele pediu ao ferreiro que consertasse o ferrão que trazia nas mãos, alegando muita pressa. O caçador percebeu logo que se tratava do Caipora, que agora estava desencantado. Para se aproximar do sujeito, ofereceu ajuda ao ferreiro para acender a forja. Mas o caboclo disse a ele que fosse embora e nunca mais se metesse a matar porco-do-mato, e que não espalhasse para os outros o que viu.